10 distúrbios culturais bizarros

 

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Transtornos Culturais (síndromes ligadas à cultura) são distúrbios mentais ou peculiaridades que parecem afetar a um único grupo cultural e, portanto, muitas vezes desconhecidos fora de suas próprias regiões. Ele ataca coletivamente, devido a uma ideia enraizada em uma cultura. Costuma tomar forma mais facilmente quando um grupo é submetido a condições extremas ou com um nível de estresse altíssimo, fazendo o raciocínio lógico diminuir. Dessa maneira, até as ideias mais absurdas são aceitas e o individuo acaba acreditando que é verdade determinada ideia.

Veja 10 desses distúrbios completamente bizarros:

10. Koro

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Koro é um distúrbio psicológico caracterizado por delírios de contração e retração do pênis no corpo, acompanhadas de pânico e medo de morrer. Essa ilusão é enraizado na metafísica chinesa e práticas culturais. A doença está associada com a crença de que os atos sexuais anormais (tais como sexo com prostitutas, a masturbação, ou até mesmo ereções noturnas) podem perturbar o yin / yang, equilíbrio que, alegadamente, somente existe quando um marido tem relações sexuais com sua esposa, ou seja, durante a “relação sexual normal”. Também se pensa que o Koro pode ser transmitido através de alimentos. Em 1967, houve uma epidemia Koro em Cingapura depois que os jornais relataram casos de Koro devido ao ato de comer carne de porco de um animal que tinha sido vacinado contra a febre suína. Não só as vendas de carne de porco caíram, mas centenas de casos Koro foram registrados. Dá para imaginar o quão bizarro deve ser uma emergência de hospital lotada graças a uma epidemia de Koro.

9. Wendigo

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Psicose de Wendigo é um transtorno mental em que uma pessoa almeja intensamente carne humana e pensa que eles estão se transformando em um canibal (apesar da abundância de alimentos saudáveis disponíveis). A resposta mais comum entre as comunidades indígenas norte americanas em que a psicose de Wendigo prevaleceu, ninguém sabe ao certo o que desencadeou. Estudiosos sugerem ser uma substância que é distribuída de forma errônea (em excesso, provavelmente) em algum ritual coletivo que ativa a região da parte cerebral responsável pela fome de forma intensa. Os casos bastante incomuns eram tratados pelo curandeiros da tribo, porém as tentativas de cura geralmente falhavam, e o Wendigo começava a ameaçar aqueles que os rodeiam ou agir violentamente adotando um comportamento antisocial. Se o distúrbio atingisse certo nível (por exemplo, se ele matasse ou tentasse devorar alguém mesmo após o ritual de cura), os portadores eram executados. Enquanto alguns têm negado a existência do transtorno, há um número de testemunhas credíveis, tanto por parte das comunidades indígenas e quanto por visitantes, médicos e voluntários, que tentam provar que a psicose Wendigo é um fenômeno verdadeiro.

8. Gururumba

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Gururumba é um “homem selvagem”, geralmente um homem casado começa a assaltar casas vizinhas, levando objetos que ele pensa que são valiosas, mas que raramente o são. Eles então correm para a floresta e lá ficam por um número de dias sem retornar, os objetos lá ficam e os homens voltam relatando um caso de amnésia. O doente aparece hiperativo e desajeitado com a fala arrastada. Esta desordem é específico para a Nova Guiné. O motivo que desencadeia esse transtorno ninguém sabe o porquê mas existem várias teorias. Falando de forma análoga, seria como se o portador voltasse a sua ancestralidade e assumisse o comportamento do seu tataravô das cavernas.

7. Transtorno de Saora

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Entre a tribo Saora do Estado de Orissa, na Índia, homens e mulheres jovens por vezes, apresentam padrões de comportamento anormal, que os especialista de saúde ocidentais definem como um distúrbio mental. Eles choram e riem em momentos inapropriados, têm perda da memória, relatam experimentar a sensação de ser repetidamente mordidos por formigas quando não há formigas presentes. Estes indivíduos são geralmente adolescentes ou adultos jovens, que levam a vida como agricultores comuns. Eles vivem sob um estresse psicológico considerável da pressão social, provindos dos seus costumes, que lhes era impostos por seus parentes e amigos. Os Saoras explicam o estranho comportamento dessas pessoas como sendo devido às ações dos seres sobrenaturais que quer se casar com eles. A Ciência ainda estuda o caso mas a provável explicação é uma combinação de estresse mental com agente do ambiente onde vivem.

6. Berserkers

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Essa fúria que afeta os escandinavos e é chamada de berserker, não ocorre apenas no calor da batalha, mas também durante o trabalho do dia a dia. Homens que foram afetados conseguiram fazer coisas que de outra maneira parecia impossível. Esta condição inicia com calafrios, ranger de dentes, frio no corpo, e então o rosto incha e muda de cor. Com isto passa a ter uma grande sensação de irritação, que finalmente se torna em uma grande raiva, segundo os algumas pessoas que presenciaram, eles passam a uivar como animais selvagens e passam a atacar tudo o que encontra, sem discriminar entre amigo ou inimigo se comportando como bestas. Quando essa condição cessa, um grande esgotamento da mente e fraqueza muscular, que pode durar por um ou vários dias. O mais interessante é que essa condição dá uma força incrível ao portador, por vezes equivalente à de vários homens. Mas calma, existe uma explicação para essa força anormal. Nós geralmente não utilizamos todo potencial dos nossos músculos. Apenas uma pequena porcentagem é utilizada. Quando o individuo encontrasse em uma situação de extremo estresse ou pânico, onde o cérebro interpreta que a sua vida está em jogo, estímulos são enviados aos músculos e eles passam a operar com quase 90% do seu potencial. Assim a força dobra, o individuo fica mais forte e pode se livrar da situação ameaçadora. No entanto, após o êxtase, seu corpo fica “danificado”. Seria como se, por um momento, você usasse todo o potencial de uma máquina e ela sofresse superaquecimento e teria que cessar o seu funcionamento para esfriar. O super estimulo muscular não ocorre com todo mundo mas Berserkers não é a único transtorno capaz de liberá-lo. Há casos aonde, por exemplo, mães ao verem seus filhos em risco, conseguiram proezas que fariam o superman passar vergonha…bem, mas isso é assunto pra outro post.

5. Shenkui

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Uma pessoa que sofre de shenkui (uma síndrome ligada à cultura chinesa), apresenta sintomas de ansiedade ou pânico com acompanhamento de queixas psicossomáticas para as quais nenhuma causa física pode ser justificada. Os sintomas incluem tontura, dores nas costas, fatigabilidade, fraqueza geral, insônia, pesadelos frequentes, e as queixas de disfunção sexual (como ejaculação precoce e impotência). Os sintomas são atribuídos à perda excessiva de sêmen de relações sexuais frequentes, masturbação descontrolada, ereção durante o sono e passa a expelir urina turva e branca que se acreditava conter sêmen. A perda excessiva de sêmen é temida na cultura chinesa, pois representa a perda da essência vital.

4. Doença Fantasma

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Doença fantasma é uma síndrome cultural que algumas tribos nativas americanas acreditam ser causadas por associação com a morte ou com a sensação de estar morrendo. É considerado um transtorno psicótico de origem navajo. Seus sintomas incluem fraqueza geral, perda de apetite, sensação de sufocamento, pesadelos recorrentes, e um sentimento generalizado de terror. Um sintoma de “doença fantasma” é asfixia. Um exemplo bizarro dos sintomas é que os portadores sentem como se tivessem dentro de um caixão. Como se você fosse enterrado vivo. A dificuldade de respirar, que chega a ser sufocante e os movimentos restritos, representam com perfeição, uma pessoa presa dentro de um caixão “invisível”. A doença é atribuída aos fantasmas (chindi) ou com praticas de bruxarias. Poucos estudos foram realizados, embora exista indícios que provenha de medos gerados por lendas que são contatadas desde da infância para os integrantes da tribo, ocasionando um trauma.

3. Siknis Grisi

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Siknis Grisi (“doença do louco”) é uma síndrome, que ocorre predominantemente entre os povos do leste miskito da América Central e afeta principalmente mulheres jovens que possuem forte ligação com essa cultura. A maioria das vítimas são meninas jovens de 15 a 18 anos de idade. Os ataques são precedidos por dores de cabeça, tonturas, ansiedade, irritabilidade, náuseas, e medo irracional. Durante o ataque, a “vítima perde a consciência” e cai no chão, fugindo em seguida. A vítima começa a ver as outras pessoas como diabos, não sente nenhuma dor por lesões corporais e tem amnésia absoluta sobre sua situação física. Em alguns casos, foi relatado que as vítimas agarram facões ou garrafas quebradas para se defender de assaltantes invisíveis. Outras vítimas tem relatado terem realizado proezas sobre-humanas, vomitando objetos estranhos, como aranhas, cabelos e moedas e falado em línguas estranhas. Em alguns casos, a vítima semi-consciente fala os nomes dos próximos a serem infectados, apesar que isso nem sempre é certo. Siknis Grisi é altamente “contagiosa”. Não, ela não é um vírus, nem bactéria ou qualquer coisa do gênero. O que ocorre no dito “contagio” é que as pessoas ao redor do portador começam a acreditar que aquilo é verdade e o estresse misturado com pânico e terror os transformam no próximo portador. Um caso semelhante foi visto no Brasil, tempo atrás, quando em uma escola uma menina havia falado aos colegas que tinha visto um fantasma e o pânico tomou conta. Logo todo colégio estava histérico e vários casos de possessões haviam sido relatados. Uma equipe médica teve que ser chamada para acalmar os ânimos. O mesmo efeito pode ser observado em algumas Igrejas Evangélicas aonde eles relatam que expulsam demônios, embora nesse caso, boa parte não se trata dessa síndrome e sim de pura armação.

2. Síndrome de Couvade

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Síndrome de Couvade é uma condição médico/mental que envolve um pai experimentando alguns dos comportamentos de sua mulher perto do momento do parto, incluindo as dores de parto, restrições alimentares e tabus sexuais. O termo originalmente se referia ao costume medieval Basco em que o pai, durante ou imediatamente após o nascimento de uma criança, a leva para a cama e se queixa de ter dores de parto. Em alguns casos extremos, os pais podem crescer uma barriga semelhante a uma mulher grávida de 7 meses e ganhando massa e peso (“gravidez fantasma”). Outros sintomas estão limitados às ânsias e náuseas, aumento do peito, e insônia. Atribuem essa síndrome há uma preocupação excessiva com a gravidez da mulher.

1. Pânico homossexual

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Pânico homossexual é um termo, pela primeira vez usado pelo psiquiatra Edward J. Kempf em 1920, descrevendo como uma doença aguda, sendo uma psicose reativa breve envolvendo delírios e alucinações acusando uma pessoa de várias atividades homossexuais. A condição ocorre mais frequentemente em pessoas que sofrem de transtornos de personalidade e esquizofrenia, que têm se isolado da intimidade física. Ocorrem frequentemente em situações que envolvem intimidade forçada com o mesmo sexo, tais como dormitórios ou quartéis. Foi mais comuns durante a mobilização em massa da II Guerra Mundial, quando quartel normalmente causa a perda da privacidade em banheiros coletivos e muitas vezes sem portas nem cubículos em torno de vasos sanitários. O tratamento geralmente envolve a internação, em primeiro lugar, retirar a pessoa da situação e também porque a doença pode levar a atos suicidas ou homicidas. Normalmente, os membros do sexo oposto são selecionados para tratar aqueles que sofrem do transtorno, e procedimentos invasivos como injeções, com agulhas ou supositórios são evitados.

Bônus: Suicídio em massa

Contava uma professora que morou na Europa por muitos anos, que na Inglaterra houve um caso bastante interessante que mostra o que a influência, crendices e uma ideia podem gerar. Em uma pequena cidade de atividade rural, onde ela foi morar, próxima a Londres, corria uma história no mínimo bizarra que aconteceu nos anos 80. A história conta que uma empresa comprou um terreno na cidade no inicio da década de 80 e construiu uma empresa de distribuição de produtos químicos. Na região que era tomada por protestantes puritanos, boatos locais começaram a ganhar força. Eles falavam sobre aparições de fantasmas que estavam incomodados com a construção de parte da empresa sobre o antigo cemitério da cidade. Para a empresa, isso não foi um problema….. no inicio. Contudo, depois de um tempo, um funcionário que trabalhava no turno da noite, se suicidou. E logo, na semana seguinte, outro. Após um mês outro. E em seguida outro. Em cinco meses de funcionamento já havia oito funcionários que se suicidaram. Práticas organizacionais para melhorar o ambiente de trabalho foram adotadas, salários aumentados mas nada adiantou, pois pouco tempo após, um outro funcionário se enforcou no escritório. Os habitantes locais, crentes que a desgraça era proporcionada pela construção da empresa em um terreno sagrado, começaram a fantasiar também aparições e não demorou para o primeiro suicida da cidade que não era funcionário da empresa aparecer, escrevendo na sua carta de despedida ser perseguido por fantasmas. A histeria tomou conta e em menos de um ano mais de 10 moradores já havia se suicidado pelo mesmo motivo. Enquanto isso, os funcionários da empresa continuaram a se matar até que ninguém aguentava mais o clima da empresa e resolveram fechar pois nenhum funcionário ia trabalhar.

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A lenda da maldição da fábrica se espalhou e os moradores decidiram que a atitude mais cabível ao momento era destruir a fabrica e devolver o terreno ao cemitério. E assim o fizeram. Após o ocorrido, durante a limpeza do terreno foi encontrado uma jazida de uma metal não identificado. Após analise, descobriram que era chumbo. Suspeitando que a resposta para toda essa confusão poderia estar aí, a polícia local pediu uma analise do ar. Novamente, chumbo em grande quantidade. Foi então que descobriram o motivo: chumbo em excesso. O chumbo contaminava os funcionários que frequentavam o ambiente carregado pelo metal. O excesso de chumbo causava depressão profunda e as pessoas se suicidavam. Ok, mas e os moradores da cidade que não eram funcionários da empresa? Influência. Foram influenciados pelas crenças locais e o medo gerou um trauma que provavelmente ocasionava insônia. A insônia diminuía a qualidade de vida, visto que, alguns dos suicidas passavam dias sem dormir por causa do medo e tinham uma característica em comum: todos moravam sozinhos. Por fim, ficavam doida pela privação do sono e acabavam entrando também em depressão que resultava no suicídio. Incrível o que um crença misturado com influencia popular podem fazer, não é?

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